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Em Recife o pão e leite ficam mais caros

Publicada em 08/08/18 às 08:44h - 574 visualizações

por VIA PE NOTICIAS

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Seguindo a tendência de queda registrada em 19 capitais, o preço da cesta básica do Recife apresentou recuo de 2,39% em julho, na comparação com o mês anterior. O valor passou de R$ 355,93 para R$ 347,43, uma redução de R$ 8,50. Nos últimos 12 meses também houve redução no preço em todas as 20 capitais pesquisadas pelo Dieese. No Recife, a cesta baixou 3,93% no período, o equivalente a R$ 14,22. Mesmo assim, produtos que fazem parte da rotina, como o pão e o leite, estão pesando mais no bolso de quem mora na capital pernambucana. 

O motivo para a cesta básica estar mais barata é que os preços de produtos com grande peso no conjunto total de alimentos caíram em relação a junho. Casos da carne (-3,26%), do tomate (-17%) e da banana (-5,41%). ?Houve aumento da oferta do tomate e da banana, especialmente da banana prata, por causa da safra. Já em relação à carne, que representa quase 30% do valor da cesta básica, as demandas interna e externa enfraqueceram?, explica a supervisora técnica do Dieese, Jackeline Natal. 

Já nos últimos 12 meses, o feijão apresentou a maior queda de preço em 39,62%, seguido pelo açúcar e a banana, que caíram 24,62% e 19,94% respectivamente.

Por outro lado, alguns alimentos ficaram mais caros, por causa de fatores climáticos e externos. O leite subiu 10,51%. Já o pão registrou alta de 3,84% na capital pernambucana, o segundo maior aumento do País, atrás apenas de Cuiabá, onde o pãozinho subiu 4,53%. Nos 12 meses, os produtos acumulam alta de 14,08% e 11,15% respectivamente.

O Dieese aponta que o leite aumentou em todo o País, devido à baixa oferta do produto. O problema ocorreu devido à extensão do período da entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste e o atraso nas pastagens de inverno no Sul.

Já o pão francês subiu por causa da farinha de trigo. Hoje, o Brasil exporta cerca de 54% dos 11 milhões de toneladas de farinha de trigo consumida no País, o equivalente a 6 milhões de toneladas. Com a valorização do dólar frente ao real, o preço da farinha disparou, refletindo em derivados como o pão francês. Além disso, no período de maio a agosto deste ano, as safras do Rio Grande do Sul, Paraná e Argentina, um dos principais exportadores do produto, não foram como esperado. A incerteza quanto ao frete também prejudicou o setor agrícola, aumentando ainda mais o custo para o produtor.

?A partir do dia 15, entra a safra brasileira. As importações continuam, inclusive, agora, com remessa da Rússia, que está chegando para o Nordeste e vai fazer com que o preço se deprima um pouco. Temos uma situação melhor. Como a demanda não está muito forte, devido à situação econômica, a tendência é que não haja aumento muito grande nos próximos meses?, explica o presidente executivo e o embaixador da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), Rubens Barbosa. 

A importação da Rússia é a primeira desde 2010. As negociações estavam paralisadas por questões fitossanitárias, mas, no fim do ano passado, o Ministério da Agricultura publicou uma nova legislação permitindo as importações.

SALÁRIO

O montante gasto na compra da cesta básica para uma família do Recife composta por dois adultos e duas crianças foi de R$ 1.042,29 em julho de 2018. Já a jornada de trabalho exigida para comprar os produtos foi de 80 horas e 7 minutos. Em relação a junho de 2018, o tempo de trabalho necessário era de 82h05m, uma hora e cinquenta e oito minutos a menos.

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