O Sindicato dos professores de Pernambuco (Sinpro-PE) entrou, na última sexta-feira (2), na justiça contra o retorno das aulas presenciais no estado, previsto para a próxima terça-feira (6). De acordo com o sindicato, o retorno das aulas presenciais, autorizado pelo governo do Estado, atende exclusivamente a interesses empresariais, ?em detrimento da saúde e da proteção da vida da comunidade escolar?, diz a nota divulgada pelo Sinpro. Em nota, o sindicato afirma que a ação foi movida para ?preservar o mais importante de todos os direitos, à vida?. ?O sindicato, além das alegações mais gerais acerca do fato, também aponta que as experiências ocorridas em outros estados vêm mostrando o quanto esse retorno não é viável ao povo e o poder público tem por obrigação, proteger as pessoas dessa pandemia?, diz a nota.
Na última quarta-feira (30/09), os professores da rede estadual de Pernambuco declararam greve após a realização de uma assembleia virtual que, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), contou com mais de 1.500 participantes, entre eles professores e professoras, servidores administrativos e analistas da educação da Rede Pública Estadual de Pernambuco. A paralisação deve ser deflagrada oficialmente na segunda-feira (5), por meio da realização de outra assembleia.
De acordo com o Sintepe, um relatório assinado por médicos com PHD nas áreas de Epidemiologia e Medicina Social foi apresentado ao Governo do Estado. No relatório, fatores como a ?interiorização da disseminação do vírus e a concentração do maior número da assistência especializada e de hospitais na capital? são citados como argumentos contrários à retomada das atividades escolares.
Até o momento, o Governo de Pernambuco mantém a autorização da volta às aulas na próxima terça-feira (6). Em nota enviada à reportagem, a Secretaria de Educação e Esportes reforçou que trabalha com a premissa de manter o diálogo com professores, demais profissionais de educação e com o Sintepe. ?O órgão aguarda a formalização desta decisão [greve] por parte do Sintepe e a apresentação de uma proposta que permita a continuidade da negociação?, disse a pasta, alegando que recebeu ?com surpresa? a decretação da greve. (Fonte: Folha de Pernambuco)